Economia Criativa

São Paulo Fashion Week, a maior semana de moda da América Latina ©Agência Fotosite

Desde sua fundação, o IN-MOD trabalha para integrar esforços públicos e privados em torno de um planejamento sustentável de médio e longo prazo para a moda e o design brasileiros, gerando desenvolvimento através da Economia Criativa. Essa visão faz parte de uma estratégia mais ampla de desenvolvimento para o século XXI, focada nos negócios criativos, na agregação de valores culturais e criativos a produtos e serviços, na “culturalização” dos negócios.

Segundo dados da ONU, a Economia Criativa é um setor estratégico, responsável por 10% do PIB mundial. Mas o que é isso afinal? De uma maneira bem resumida, é a economia que não se produz com matérias-primas perecíveis, mas sim com valores intangíveis como criatividade e conhecimento.

A partir de 2007, o IN-MOD passou a reunir lideranças empresariais e governamentais, duas vezes ao ano, para discutir estratégias de desenvolvimento econômico para o Brasil pautadas pela Economia Criativa. Os “Encontros de Economia Criativa” abrem uma janela para a reflexão e o diálogo sobre mercados e processos criativos.

“Para nós está cada vez mais claro que a grande estratégia de desenvolvimento para o século XXI está nos negócios criativos,” diz Graça Cabral, conselheira do IN-MOD e uma das idealizadoras dos Encontros. “A questão é como aproximar o Brasil do design, da inovação, da tecnologia com o Brasil da vocação, do talento, da diversidade. Moda e design desempenham um papel fundamental neste processo, inovando, abrindo portas, adicionando valor aos negócios, gerando empregos, sintetizando tendências, criando redes não só de negócios, como também de saber e cultura”, completa.

A Economia Criativa vem atraindo o interesse crescente de analistas, acadêmicos e governos, enfatizando o desenvolvimento de atividades econômicas associadas à produção cultural, desde as artes, cinema, publicidade, design, moda, até as tecnologias da informação e pesquisa em ciência e tecnologia.

Sala de desfiles durante o Fashion Rio Inverno 2013 ©Agência Fotosite

“A Economia Criativa foi percebida como a grande estratégia de desenvolvimento do século 21, pois trabalha com os únicos recursos que não apenas não se esgotam, mas se multiplicam e se renovam: criatividade, cultura e conhecimento, três elementos intangíveis. É estratégico para a sustentabilidade do planeta e de nossa espécie,” explica Lala Deheinzelin, especialista em Economia Criativa e Desenvolvimento Sustentável e membro do Conselho do IN-MOD.

Nos últimos anos, cidades importantes do mundo vêm implantando polos criativos como parte fundamental de processos de revitalização e reurbanização de grandes áreas degradadas.  A efervescência e mobilização próprias desses setores são alguns dos fatores decisivos para consolidar novos espaços e atrair parcerias e investimentos púbico-privados de diversas ordens por conta de seu caráter transversal e multiplicador.

Considerada a Terceira Revolução Industrial, a Economia Criativa deve movimentar US$ 6 trilhões até 2020. Enquanto o comércio internacional registrou, em 2008, uma queda de 12%, o mercado de bens criativos e serviços continuou a crescer, atingindo US$ 592 bilhões em 2008, indicando um crescimento de 14% em 06 anos consecutivos.

Para Lídia Goldenstein, especialista em Economia Criativa e membro do Conselho do IN-MOD, somente o setor de serviços, e em especial os ligados às indústrias criativas, é capaz de gerar mais empregos, com melhor remuneração e mais atrativos para o jovem. “A ideia é que a sociedade, a economia e o país, através desse caldo de cultura, se coloquem na vanguarda desse processo. Temos agora uma excelente oportunidade para dar um salto e alcançar uma inserção internacional que seja menos vulnerável”, afirma Lídia.